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Medo versus Esperança

            E quem nunca foi pego pela sensação de não saber o que fazer ou como fazer ou porque fazer? Medo é um sentimento que persegue todos os indivíduos, pelo menos uma vez na vida. É a sensação de não saber exatamente o que nos espera, trazendo insegurança e falta de esperança. Se você tem medo, provavelmente tende a focar-se apenas nas partes ruins que podem acontecer com relação ao que você tem medo. É uma parte do ser humano que pode controlar a nossa mente e nos prender a determinadas atitudes que no fundo não teríamos se o tal medo não existisse.
            Sentir o medo é extremamente normal. O receio perante situações que desconhecemos sempre ocorre, já que de certa forma estamos arriscando nosso bem-estar à medida que nos colocamos diante de coisas que não sabemos o que vai acontecer. O problema reside no indivíduo que deixa ser controlado por esse sentimento. E que na maior parte das vezes se priva de experiências importantes na vida. Quando percebem, já não há mais o que fazer. As pessoas que deixam o medo falar mais alto, acabam sobrevivendo ao invés de viver. As mesmas geralmente não aceitam o erro, e por isso quando desconhecem algo, preferem não arriscar para evitar decepções e fracassos na vida.
            O medo é um sentimento instável, que sobrevive de opiniões e crenças falsas. Se você acredita que algo não pode dar certo de jeito algum, você deixa o medo gritar no peito e te impedi-lo de mover um passo sequer. Se você acredita que algo pode lhe fazer mal de alguma forma, consequentemente irá deixar o medo florescer e ditar as regras. Quantas vezes você já parou para analisar seus medos, a fim de encontrar os verdadeiros motivos pelos quais ele está embasado? Será que faz sentido esse medo que surge as vezes do nada, e nos faz acreditar que não há possibilidade alguma de dar certo?
            Uma das coisas mais fundamentais na vida para que um ser humano evolua, é o ato de arriscar. Independente do quanto você tem medo, receio e insegurança, nada irá te impedir de tentar. É desse modo que nós seres humanos erramos, mas acima de tudo é desse modo que vivenciamos experiências importantes para a nossa vida. Arriscar é estar cônscio das partes positivas e negativas que envolvem uma situação, e mesmo assim seguir em frente. Por que o indivíduo move em busca do que pode conquistar de bom, e não pelas chances que eles têm de quebrar a cara. É mais ou menos aquela história de enxergar o copo meio cheio ou meio vazio. O indivíduo que não deixa o medo manifestar-se por completo, age porque enxerga o copo meio cheio. Essa atitude revela a existência da esperança.
            A esperança, assim como o medo, também é um sentimento instável que sobrevive de opiniões falsas. Mas porque falsas? Porque nem tudo aquilo que acreditamos, é de fato verdade. Quantas vezes você já não teve esperanças sobre algo que não aconteceu e sofreu por isso? Esperança é você acreditar que algo pode dar certo ou acontecer, mesmo sabendo das chances de não ocorrer jamais. Porém, como o indivíduo está guiado pelo pensamento do copo meio cheio, ele não irá perder esperanças porque enxerga o lado positivo da situação, e mantém a crença de que tudo vai dar certo.
            O medo e a esperança, são sentimentos que querendo ou não, regem nossas ações. Se você acredita que pode dar certo, tem esperança e deixa ela tomar conta do seu ser, e consequentemente vai em frente sem nenhum medo. Se você tem medo, não acredita que nenhuma possibilidade positiva pode acontecer mediante alguma situação, e pode deixar o sentimento tomar conta de seu ser e impedi-lo de agir para evitar coisas negativas para a sua vida. Nesse caso, você não tem esperança.
            Contudo, embora estejam relacionados, o medo e a esperança podem sim andar totalmente juntos. Ter esperança não significa não ter nenhum medo. Eu posso ter esperança de algo bom acontecer, mesmo que lá no fundo eu tenha certo medo. Porém a grande jogada está em como você lida com ambos sentimentos. Sabe-se que é importante não deixar o medo falar mais alto, porém será que deixar a esperança gritar sempre vale a pena? E se mantermos esperanças sobre coisas inalcançáveis? Ainda vamos deixar ela guiar nossas atitudes?
            Na verdade, o segredo seria encontrar o equilíbrio. Por que querendo ou não, a esperança de algum modo está interligada a sentimentos como a ilusão. Existem pessoas que não gostam de enxergar a verdade, pois a verdade muitas vezes dói. Seria então o medo da verdade. E para evitar confrontá-la, a mesma cria falsas esperanças. Isso mostra que embora o medo seja de certa forma negativo, ele também é positivo quando na medida evita que tomemos atitudes precipitadas. Enquanto que a esperança, embora seja fundamental, pode sim prejudicar o indivíduo que não enxerga a realidade tal como ela é, e cria falsas expectativas. Mas como encontrar o equilíbrio?
            Não existe receita que nos mostre exatamente como devemos nos comportar diante da vida. Contudo, é importante que estejamos sempre nos questionando, sobre tudo aquilo que sentimos e passamos, para que possamos ter de alguma forma, um certo controle. Não estou querendo dizer que você deve sair por aí analisando exatamente tudo e se remoendo com as coisas complicadas que de vez em quando acontecem conosco. Mas tentar entender o que está por trás do nosso medo, da nossa esperança, das nossas expectativas, e assim por diante. Se você acredita que não pode fazer algo, questione-se porque você de fato não pode fazer. Não aceite que as pessoas ou nossos sentimentos de fraqueza nos imponham atitudes que poderiam ser diferentes se quiséssemos. Analise, estude, e compreenda quais sãos os fatores que envolvem determinadas situações. O medo, a esperança, a alegria, a tristeza, entre outros sentimentos influem significativamente nos nossos pensamentos e sentimentos com relação a vida.
            De acordo com essas palavras, o que você está fazendo da sua vida? Até que ponto a esperança e o medo se fazem presentes nas suas tomadas de decisões?


























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