E toda vez que o silêncio fala mais alto que
minha mente, eu corro para o papel. Corro para um caderno e uma caneta, que são
as únicas coisas que me fazem sentir mais leve quando me torno cheia de mais e
transbordo. É um meio de me esvaziar para não ficar cheia demais.
Sou muito sortuda. Sou sortuda porque tenho
uma família linda ao meu redor, e sou feliz porque tenho amigos que gostam
verdadeiramente de mim. Então do que posso reclamar? Da depressão? Estou
tentando ser amiga dela, para que não me sinta presa a um inimigo.
Não quero ficar me vitimando porque tenho
isso ou aquilo. Quero mostrar para o mundo que é possível conviver com a dor. Eu
sei que muitas vezes exagero no modo de me expressar, contudo não falo coisas
da boca para fora. É tudo o que sinto e guardo no coração. E um dia eu descobri
que guardar as coisas no coração, faz com que você adoeça e é por isso que eu
procuro não guardar mais nada. Quero a liberdade de poder sentir meus medos,
tristezas e decepções sem ter que tentar acabar com minha vida para isso. Quero
ser uma pessoa comum que enfrenta os problemas de cabeça erguida. É por isso
que eu repito: Não quero ficar me vitimando, porque na realidade não sou
vítima. Eu fui escolhida para passar por isso, pois no fundo Deus sabia que eu
seria bem forte para enfrentar tudo isso.
Então, enquanto meu copo estiver cheio
demais, eu irei esvaziá-los com minhas palavras. Simples palavras que me fazem
sentir que sou capaz de mudar meu mundo e delinear minha vida com a cor que eu
desejar.

Comentários
Postar um comentário