Como
posso descrever a alegria de poder escrever? É tão bom que não sei nem como
detalhar tal sentimento, porque é indescritível. A sensação de se esvaziar é
tremenda e nada que te faz mal permanece. Nada mesmo. É como um copo que está
cheio de mais e você emborca para esvaziá-lo um pouquinho. É como uma
tempestade que vira garoa fina. É uma sensação extremamente edificante e
acalentadora.
Quem gosta de
escrever sabe exatamente do que estou falando. Quem gosta, conhece essas
sensações tanto quanto eu conheço. E acredito que a mesma sensação de escrever
não possa ser sentida de outra forma. Acredito que seja especial e só quem
escreve que conhece. Escrever é ato especial para pessoas especiais.
Ainda bem que
descobri esse ato, porque ele é que me mantém quente nos dias de frio, ele que
me mantém seca nos dias de chuva. Nada tenho a reclamar, porque graças a Deus
eu encontrei algo que me completa de verdade. Algo verdadeiro pela qual eu
possa me agarrar firmemente e nunca mais me soltar. E o mais importante: algo
que não me larga jamais, porque só depende de mim para estar perto. Depende de
mim para manter-se firme e forte na sobrevivência. A escrita é como um filho.
Se você abandona e larga, ele vai embora e vira desatino. Mas se você agarra e
cuida, se você alimenta todos os dias, você planta dias de sol para uma vida
toda.
Existem sim
coisas boas nessa vida, e eu ainda não posso negar. E não importa quão escuro
esteja meus pensamentos, ainda existem coisas que me faz enxergar a luz e isso
é como um bote-salva vidas que te jogam em alto mar enquanto você está se
afogando. Você enxerga a possibilidade da morte, mas o bote te faz enxergar a
possibilidade de vida, que nesse caso é muito mais sedutor. E enquanto eu
enxergar o bote nada me fará desistir dessa vida. Nada e ninguém, porque eu sei
que assim como todo mundo também sou capaz de nadar e nadar e nadar até chegar
na beira da praia. Ninguém pode dizer que esta causa está perdida. Quem nada
para vida, também nada para Deus. E quem nada para Deus sempre terá uma segunda
chance.

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