Todo mundo pelo menos
uma vez na vida irá passar por um momento confuso, mais conhecido como crise
existencial. Particularmente considero este, dentre os fatores mais complicados
e que mais contribuem para a piora de pessoas que sofrem de Depressão,
Transtorno de Personalidade Boderline (TPB) e outros transtornos mentais.
Simplesmente porque entramos em conflito com a nossa própria existência. Não há
momento pior do que aquele em que passamos a questionar tudo à nossa volta, sem
ao menos ter uma resposta sequer.
Por que nasci? Por que
sofro tanto? Por que não sou como os outros? Por que tenho essa doença? Onde
foi que eu errei para merecer isso? Qual o sentido da vida? Qual o meu
propósito aqui na terra? Será que eu faço diferença na vida das pessoas? Será
que sentiriam falta de mim se eu morresse? Eu não sei viver, para que estou
aqui? A vida é muito difícil, para que sofrer se podemos escolher fugir de tudo
isso?
Essas são algumas das várias perguntas que eu já fiz para mim
mesma durante a minha crise existencial. Simplesmente é quase impossível você
encontrar algo em que realmente se encaixe nessa fase. O indivíduo passa a ter
a impressão de que nada faz sentido, de que nada tem importância, de que nada
no mundo o completa. É como se a vida na terra de repente virasse um tanto faz,
porque já que você não encontra as respostas que procura, passa a se frustrar,
a se sentir sozinho, incompleto e começa a se convencer de que vale a pena. Mas
vale sim.
Passamos por
um longo tempo tentando entender as coisas, para que de certa forma nos
sintamos aliviados. Porém, se você parar para pensar, nem tudo que a gente quer
saber, realmente é importante. Essa ânsia por respostas nos promove sofrimento,
à medida que nos esforçamos por algo que nem sempre chega até nós. Entretanto,
a crise existencial serve para que mudemos a nossa visão e a nossa maneira de
se comportar diante da vida. Geralmente, depois de uma crise, as pessoas se
tornam mais fortes, mais determinadas, mais seguras e assim vai. Não porque
encontrou todas as respostas, mas porque aquela situação angustiante de ficar
se questionando promove em você uma sede de conhecimento que lhe traz inúmeros
benefícios.
Jovens, por exemplo, tendem a ter a crises existenciais no momento que estão
migrando da adolescência para a fase adulta, pois é nesse instante que começam
as mudanças, onde passam a amadurecer, a definir o que realmente querem para
suas vidas, fazem descobertas, e assim por diante. Mas qualquer pessoa pode
passar por essa crise. As vezes chegamos a um ponto em que talvez pareça que já
fizemos tudo o que tinha para ser feito, e não encontramos mais nada. Nesse
contexto, pode surgir mais uma crise.
O que eu quero dizer sobre o assunto é que a crise existencial é saudável, mas
pode piorar muito o nosso bem-estar mental. Ficar se questionando, se cobrando
demais, se comparando, pode afetar negativamente a sua autoestima, a sua forma
de agir com os outros, a sua maneira de levar a vida e muitos outros fatores. É
muito importante o autoconhecimento. Ir atrás de respostas, tentar entender a
si mesmo, as pessoas e o mundo é algo bom, pois toda forma de conhecimento vale
a pena. Só quero dar um alerta para você que talvez passe por um transtorno
mental e esteja lidando com uma crise existencial. Tenha muito cuidado, pois
nesses casos, os pensamentos negativos ganham a voz, e se deixarmos, vamos agir
conforme a visão negativa que construímos à medida que não vamos encontrando as
respostas para nossas perguntas.
De uma forma geral,
pensar demais é perigoso. Talvez você já tenha ouvido a frase: “Tudo em excesso
faz mal”, e realmente faz. Ficar sentado se questionando e pensando, e pensando
e pensando sem parar acaba gerando uma pressão sobre a nossa própria
consciência. Os pensamentos se acumulam e uma hora explodem dentro da cabeça e
você passa a raciocinar de forma errônea. No caso dos indivíduos com Depressão,
o pensamento é o fator chave que pode ou não levar ao suicídio. Eles pensam
tanto sobre a vida, que uma hora ficam saturados e decidem que não vale a pena.
E assim, preferem a morte. Foi desse modo que passei a ter pensamentos
suicidas: os pensamentos e as crises existenciais.
Por isso, tome cuidado com a sua mente. Ela é um grande
artifício que você tem, para utilizar pelo bem de si próprio. Contudo, a mente
é uma faca de dois gumes. Ela pode ajudar, mas pode destruir com mais
intensidade ainda. Está aí a importância de evitar manter-se isolado (para não
pensar), de desabafar (para não sobrecarregar a mente com emoções negativas) e
assim por diante.
Espero que tenham gostado do artigo. Fiquem com Deus e até a
próxima matéria.

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